ESG - Governança ambiental, social e corporativa

Como práticas mais inclusivas podem colaborar para aumentar o valor de uma empresa?

Texto: Potira Cunha
Ilustração: Gustavo Pedrosa
Capa

 

Como práticas mais inclusivas e ambientes corporativos diversos podem colaborar para aumentar o valor de uma empresa?

 

Se você ainda não sabe o que é ESG, está na hora de começar a prestar atenção nesta sigla que tem se tornado uma das principais tendências de mercado atualmente. Não é de hoje que ela circula pelo mercado financeiro, mas, nos últimos meses, refletir sobre os impactos sociais de uma empresa e o papel do setor privado na solução de desafios globais se tornou ainda mais urgente.

 

Mas o que realmente significa e por que estamos ouvindo cada vez mais falar sobre ESG?

 

Imagine um mundo em que corporações não pensam apenas no lucro, mas também em como tratar pessoas, meio ambiente e a comunidade em geral. É essa a ideia principal por trás do ESG. Sigla em inglês para Enviroment, Social e Governance, que em português se refere ao tripé Ambiente, Social e Governança, ESG diz respeito a empresas cujas práticas se estabelecem de acordo com critérios de sustentabilidade, não apenas com base no lucro.

 

Adotar uma agenda ESG pode trazer diversos benefícios, incluindo vantagens competitivas, melhora na reputação, mais lucratividade e, principalmente, maior atratividade para os investidores. Se antes eles olhavam apenas para números na hora de decidir onde aplicar seu dinheiro, agora, passam a olhar também para os três pilares ESG a fim de avaliar se vale a pena ou não investir em determinada negócio. Assim, levam em conta ações como minimizar o impacto ambiental, respeitar os direitos dos colaboradores, combater a corrupção, entre outros fatores relevantes no que se refere à conduta socioambiental e à responsabilidade corporativa.

 

Empresas que adotam práticas ESG tendem a ser mais bem estruturadas e obter melhor desempenho financeiro, muito por conta do bom relacionamento que acaba sendo estabelecido com o governo e da boa reputação diante da população, que as reconhece como agentes de transformação social. Além disso, é possível reduzir custos, minimizar problemas legais e aumentar a produtividade. É o caso, por exemplo, da Apple, que anunciou em julho do ano passado que, até 2030, irá neutralizar toda sua emissão de carbono.

 

Estudos apontam que 85,4% dos gestores de investimentos no Brasil sabem o que é ESG e usam esse critério para tomar decisões, por isso adaptar-se a esse novo ambiente pode ser fundamental para obter mais lucros e, consequentemente, melhorar o valor de mercado de uma empresa. 

 

Integrar a sustentabilidade às estratégias de negócios, reunir um conselho dedicado a pensar nas possibilidades ESG dentro do ambiente corporativo, incorporar a governança, fazendo com que valores e propósitos sejam realmente colocados em prática são algumas atitudes que podem tornar um negócio em um investimento de valor. 

 

Além disso, reconhecer que as desigualdades sociais e de gênero podem impedir a sustentabilidade de um negócio também é fundamental. Fazer com que a diversidade e parcerias com ONGs, como o PROA, que promovem a inclusão de jovens de baixa renda, cheios de energia, dispostos a produzir e aprender, comecem a fazer parte do dashboard das empresas pode melhorar significativamente sua performance financeira, promovendo ainda mais sua sustentabilidade.

 

Temos um longo caminho pela frente em relação ao ESG e muitos desafios, mas o maior deles é fazer com que práticas ESG saiam do papel e sejam perenes, não sazonais ou “uma moda passageira”, o que pode gerar danos irreparáveis a todos que levam a sério a busca por um mundo melhor, mais acolhedor e menos desigual.